sábado, 21 de agosto de 2010

Senado aprova dia do rock e dia do historiador

A CE (Comissão de Educação, Cultura e Esporte) do Senado Federal deu parecer favorável, nesta terça-feira (9), aos projetos de lei que instituem o dia nacional do historiador e o dia nacional do rock.

A proposta que homenageia os historiadores (PLS 570/07) é de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Originalmente, o texto estabelecia que a data seria celebrada no dia 12 de setembro. Mas o relator da proposição na CE, senador Augusto Botelho (PT-RR), propôs uma emenda - aprovada pela comissão - que altera a comemoração para o dia 19 de agosto. A nova data foi escolhida para homenagear Joaquim Nabuco, que nasceu em 19 de agosto de 1849 e também foi historiador.

Como essa matéria foi aprovada em decisão terminativa, será enviada agora para a Câmara dos Deputados.

Já a criação do dia nacional do rock está prevista em um projeto de lei (PLC 67/08) que teve origem na Câmara. Seu autor é o deputado federal Nelson Pellegrino (PT-BA). Ele propôs que a comemoração seja realizada no dia 28 de junho, em homenagem ao cantor Raul Seixas, nascido nesse mesmo dia e mês de 1945.

O relator do texto na CE foi o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que apresentou voto favorável à proposta. Com o parecer favorável da comissão, a proposta será enviada agora ao Plenário do Senado - a matéria já foi aprovada na Câmara. 



Fonte: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/09/09/ult105u6948.jhtm

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O faraó esquecido mais famoso: Tutancâmon




Tut-ankh-Amon  - Imagem Viva do Deus Amon
               


          
 Tutancâmon, ou Tutankhamon, Tutankamon ou melhor, Tut-ankh-Amon   era um faraó da 18ª  dinastia quase que desconhecido, cujo nome tinha sido riscado das listas reais. Morreu por volta de 19 anos de idade, em 1324 a.C.
  
Acredita-se que Nebkheperure Tutancaton tenha sido filho de Amenófis IV (Akhenaton) e sua esposa Neferneferuaten Nefertiti. Sabe-se com certeza que ele viveu no período amarniense, em que a capital do Egito foi transferida para Amarna e a religião adquiriu caráter monoteísta. 
Por volta de nove anos de idade, Tutancâmon teve que começar a reinar um país poderoso e que havia acabado de sair de uma "revolução". O jovem menino era filho do espirituoso Akhenaton, sendo seu nome Tutancaton; depois que entrou no poder os sacerdotes de Amon obrigaram-no a reinstituir o politeísmo e mudar o nome para Tutancâmon. Era casado com sua irmã Ankhesenaton, que também mudou o nome para Ankhesenamon.


Trono de ouro: uma das 5000 peças encontradas na tumba do faraó Tutancâmon
  
Envolta em mistério que se perpetua nos nossos dias, Ankhesenamon perde seu amado e fica a mercê de uma corte com fome de poder, pois a jovem rainha havia tido um aborto ( novas descobertas levam a crer de que se tratava de filhas gêmeas que nasceram mortas.) e  não tivera mais filhos com Tutancâmon . Os dois pequenos fetos foram embalsamados e depositados na tumba do jovem pai faraó. 

Machu Picchu



As ruínas da cidade de Machu Picchu possuem pelo menos mil e quinhentos anos e se encontram a 2.700 metros acima do nível do mar, onde atualmente recebem mais de 200.000 turistas e aventureiros todos os anos. O que as fazem tão atrativas é o mistério que as cerca, principalmente pelo fato de que elas ficaram escondidas durante 4 séculos, e assim, protegida dos colonizadores espanhóis e dos próprios peruanos. 

Impressiona também o fato de que até hoje os arqueólogos ainda não chegaram num consenso de qual era a sua finalidade para o Império Inca. Alguns apontam que sua construção foi originada pela necessidade de uma fortaleza escondida, com a intenção de protegerem-se dos espanhóis - alguns afirmam até que Manco Capac II, último grande imperador Inca, a utilizou como refúgio nestes períodos conturbados.
 


Outra boa parcela de arqueólogos a qualifica como uma cidade de sacerdotisas, principalmente por encontrarem farto material feminino, em muito maior número que os do sexo oposto.
 

O certo é que com os templos, casas, observatório solar e todo os demais prédios do complexo de Machu Picchu, com suas grandes escadarias e extensos jardins, seguem desafiando o tempo desde seu majestoso descobrimento até os dias atuais!
 


Além deste cenário de êxtase, Machu Pichu revela segredos de uma história ainda não conhecida, e desvenda evidências de uma civilização com avançados conhecimentos de astronomia, agronomia, engenharia e hidráulica, e planejamento urbanístico.
 

Foragidos? Dizimados? Pouco se pode afirmar, mas muito se especula sobre seus povos. Estudos, histórias ou lendas, só indo até lá para ouvir e sentir a magia desse lugar especial.
 

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dias Gomes Transpirava Ipiaú!

Todos que já beberam das águas do Rio das Contas, sabem que no mês de agosto a cidade de Ipiaú fica em evidência. É o momento em que sentimos orgulho de estar aqui, e quem está longe sente saudades. Quem já participou de ao menos uma festa de São Roque sabe do que eu estou falando.






Até o final da década de 1930 Ipiaú era visitada quase que exclusivamente por cometas (caixeiros viajantes), em função da fama que a cidade tinha a respeito de jagunços e dos constantes surtos de doenças tropicais. Em 1940, Rafael Sampaio, Celso Barreto, Filadelfo Souza, Protógenes Jaqueira, Marques Filho, Salvador da Mata e Waldemiro Santos, resolveram promover uma festa em homenagem a São roque. Uma festa que apesar de religiosa possuísse caráter secular, com a finalidade de atrair visitantes e de tirar a impressão ruim que existia sobre a cidade.

Você deve estar se perguntando: - Por que São Roque? Bem, isso nos remete ao início do século. Os habitantes da agora conhecida Ipiaú, por volta de 1918, se concentravam nas proximidades dos dois rios que batizaram a cidade. As fortes chuvas que caracterizam a região faziam constantemente com que os rios 


transbordassem, e a falta de recursos existentes na época fomentaram o desenvolvimento do impaludismo por toda a região. Segundo alguns historiadores, a região durante certo tempo teve seus habitantes dizimados pela malária e a tifo. Havia também surtos de bexiga (varíola) e algumas formas de gripes que eram fatais. Uma boa documentação sobre isso pode ser encontrada no “livro de memórias” de Clemilton Andrade.


Em depoimento à historiadora Sandra Regina, para o livro “IPIAÚ Histórias de nossa História”, José Sampaio descreve: “um padre estava passando por aqui, vindo de Camamu para ir a Jequié, e o povo foi conversar com ele, pedindo que fizesse uma missa ou oração para acabar com as calamidades do lugar, aí o padre disse: “Quem tem força para resolver isto aqui não sou eu, é São Roque! Vocês têm que fazer devoção para ele. ””


Como nunca houve em toda história uma única comunidade laica, iniciava-se assim o culto a São Roque.


Segundo Sandra Regina, a criação da paróquia só ocorreu em 24 de maio de 1931, e foi designado o padre paraibano Simão Fileto, para pároco da cidade.


Em 1964 uma enchente destruiu a igreja, que na época situava-se onde hoje funciona o prédio da Marimar, ao lado da Caixa econômica.


Em 1965 o então pároco da cidade, o Pe. Flamarion inicia o projeto de reconstrução do novo templo. Os fazendeiros locais fizeram doações, que as beatas logo utilizaram para fomentar leilões, bingos, e sorteios. Nascia aí o bingo de São Roque.


Obviamente o dinheiro foi utilizado para a construção da nova igreja. O terreno escolhido foi o mesmo onde a igreja está edificada até hoje. O dono da propriedade era José Miraglia, que se recusou a vendê-lo , só voltando atrás por medo de desapropriação – afinal, o prefeito da cidade na época era o comunista mais conhecido da região, o senhor Euclides Neto -.


A famosa alvorada só foi introduzida em 1972, na gestão do então prefeito Hildebrando Nunes.


Em 1976, a principal atração da festa seria o cantor Luis Gonzaga, mas este teve que terminar o show de forma prematura por motivo de força maior. O público já começava a tulmutuar, quando o apresentador da festa –João Araújo- com muito jogo de cintura convidou um dos manifestantes a subir no palco e fazer seu próprio show. Quem topou o desafio de João, foi Jaime Piau, interpretando “Tenho ciúme de tudo”, de Orlando Dias. O povo foi ao delírio. Nascia assim o tradicional Show de Calouros.



Em agosto de 2006, o diretor de programação da Rádio Livre, Ricardo Souza, em conjunto com alguns músicos da cidade e região – entre eles Joabe, Celso, Enoc, Diro e outros – desenvolveram o primeiro projeto instrumental da música jazz. O projeto foi batizado de “Nota Jazz”. A idéia original era fazer algo paralelo à festa de São Roque, mas o projeto acabou sendo absorvido pelas festividades, e esse ano o projeto promete. Estão confirmadas as presenças de Luciano P.P., Diro Oliveira, o grande Netão, Celso, entre outros.


Fonte:  http://www.artigonal.com/arte-artigos/dias-gomes-transpirava-ipiau-727235.html

domingo, 20 de junho de 2010

ARTIGO: A FAZENDA DO POVO

Foto 01

Por Albione Souza

Pioneira experiência de Reforma Agrária em Ipiaú.

Euclides Neto com posseiros da Fazenda do Povo

No dia 8 deste mês, completou-se 47 anos da publicação do decreto lei 965 que desapropriou, para fins de reforma agrária, a Fazenda Santo Antônio localizada na região do Bom Sem Farinha, marcando assim a gestão de Euclides Neto como precursor da Reforma agrária na Bahia.
No período de 1962 a 1963, a região sul da Bahia passou por seca, gerando em Ipiaú e outras localidades demissões de trabalhadores. Neste contexto o prefeito de Ipiaú desapropriou uma área rural com cerca 157 hectares, a 11 km da sede do município, espólio do Sr. Ezidro Nunes Rezende, denominada Fazenda Santo Antônio, localizada na região do Bom Sem Farinha. Esta iniciativa, uma das primeiras desapropriações de terra com fins de reforma agrária realizada por um prefeito no estado da Bahia, quebra o monopólio da propriedade privada da terra, voltada para a monocultura do cacau para a exportação, convertendo-a em propriedade coletiva voltada para a subsistência das famílias dos posseiros e comercialização dos produtos agrícolas na feira livre em Ipiaú.

FOTO 02

Euclides Neto visitando famílias de posseiros da Fazenda do povo

A influência socialista de Euclides Neto, obtida durante seus estudos em Salvador e sua sensibilidade com as agruras vividas pelos trabalhadores das roças de cacau, influenciaram na decisão em socializar a propriedade privada (fazenda de cacau) passando a servir como meio de equilibrar as desigualdades sociais existentes na economia cacaueira. Desse anseio nasceu a área rural onde não existiam patrões nem empregados; a terra era utilizada por todos para a produção de alimentos para o consumo e comercialização na feira livre da cidade, diferentemente do modelo utilizado nas fazendas da região cacaueira voltado para a exportação. Os primeiros moradores batizaram o local com nome “Fazenda do Povo”. No livro “64: Um prefeito, a revolução e os jumentos”, Euclides explica a razão pela qual foi criada a Fazenda do Povo:
[a Fazenda do Povo] “Nasceu da vontade de fazer uma experiência socialista, sem ficar somente na proveta do laboratório de sociologia e política. [...] Com as secas e as fazendas despejando gente, quem mais sofria era o pai de família numerosa, o velho de braços flácidos, o homem de pereba na perna, a mulher abandonada que descaroça cacau e oferenda amor, mais chega ao ponto de não ter mais carne, porque a fome transformou-a em bagaço seco: sem forma nem gosto. Eram o que chamamos de sucata de gente.”


Foto 03

O prefeito e um lavrador na fazenda do povo.

A atitude de socializar terras, buscando privilegiar as classes sociais menos favorecidas, em detrimento da propriedade privada, conota o caráter socialista da gestão do prefeito Euclides Neto. Tal prática, realizada na primeira metade da década de 1960, época de guerra fria, gerou desconfiança de alguns cacauicultores abastados e grupos políticos conservadores, que passam a se sentirem “ameaçados” pelas ações do prefeito, consideradas de inspirações comunistas e subversivas. São estes grupos conservadores locais que, logo depois de instalado o governo militar, denunciaram Euclides Neto, acusando-o de comunista. Após criação da Fazenda do Povo, o prefeito já preparava o decreto para desapropriar uma fazenda vizinha, com aproximadamente 300 hectares, quando em Abril de 1964 foi surpreendido com a chegada duma junta militar instalou o Inquérito Policial Militar (IPM) investigando o prefeito de Ipiaú, sobretudo, por ter iniciado a reforma agrária no município, dando origem a Fazenda do Povo.

FOTO 04

Militares investigam Euclides Neto, acusado de ser comunista


Após o término de sua gestão, Euclides Neto não voltou a se candidatar a prefeito ou mesmo outro cargo eletivo. Entretanto, foi convidado para exercer o cargo de Secretário de Reforma do Estado da Bahia, ficando a frente da secretaria entre 1987-1989, durante o governo de Waldir Pires. Neste cargo permaneceu defendendo de forma intransigente a reforma agrária, contribuindo para a realização de desapropriações de terras, combatendo a famigerada estratificação fundiária existentes no estado da Bahia.

“O trabalhador rural sempre tem razão, mesmo quando, aparentemente não a tem: pelo passado de injustiças que seus antepassados sofreram e ele próprio”. Euclides Neto

 

 

Fonte: http://www.noticiasdeipiau.com/